Este
mês o sociólogo e professor da Universidade de São Paulo (USP), Brasilio Sallum
Jr., publicou O impeachment de Fernando
Collor: a sociologia de uma crise, pela editora 34. Embora a resenha da
Folha de São Paulo, disponível em http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/07/1657571-livro-sobre-impeachment-de-collor-permite-associacoes-com-crise-atual.shtml,
informe equívocos de datas e dados no livro, é esta mais uma fonte atualizada
para compreendermos período de instabilidade, mas também de consolidação da
democracia brasileira pós-regime civil-militar (1964-1985), com inquestionável
interesse especial destes dias de forte conturbação política no País.
Firmada
a intenção de candidatar-se a presidente da República nas eleições de 1989,
Fernando Collor de Mello consultou José Guilherme Merquior acerca de um projeto
de renovação nacional baseado no ideário do social-liberalismo, então principal
bandeira ideológica em nome da qual militava o diplomata e ensaísta, em livros
como As ideias e as formas (1980), A natureza do processo (1983) e O argumento liberal (1983). Segundo
depoimento de Marcílio Marques Moreira, em Diplomacia,
política e finanças (2001), Merquior contribuiu diretamente na formulação
do discurso de posse de Collor, além de (supõe-se) ter escrito textos, na
condição de ghostwriter, publicados
como se fossem de autoria do político alagoano, o que gerou certa polêmica na
época.