Cette Hélène qui trouble et l’Europe et l’Asie,
mas o professor
é distraído,
não vê que a
classe inteira se aliena
das severas
belezas de Racine.
Cochicham,
trocam bilhetes e risadas.
Este desenha a
eterna moça nua
que em algum país
existe, e nunca viu.
Outro some
debaixo da carteira.
Os bárbaros.
Será que vale a pena
ofertar o
sublime a estes selvagens?
O Professor
Arduíno Bolivar
fecha a cara,
abre o livro.
Ele não os
despreza. Ama-os até.
Podem fazer o
que quiserem.
Ele navega só,
em mar antigo,
a doce navegação
de estar sozinho.
Tine a
campainha.
Acabou a viagem,
no fragor
de carteiras e
pés.
O professor
regressa ao rígido
sistema métrico
decimal das ruas de Belo Horizonte.
(do livro Boitempo III)
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