segunda-feira, 21 de maio de 2018

Edições dos livros de Merquior: Saudades do carnaval, Formalismo & tradição moderna, O estruturalismo dos pobres e outras questões



Entre o primeiro livro de Merquior, Razão do poema (1965), e o segundo, Arte e sociedade em Marcuse, Adorno e Benjamin (1969), transcorreram-se cerca de quatro anos. Entre o segundo e o terceiro, A astúcia da mímese (1972), em torno de três anos. A partir de Saudades do carnaval, publicado em 1974, pela editora paulista Forense, José Guilherme Merquior – é, de fato, impressionante – praticamente não deixa nenhum ano sem a notícia de um livro novo seu. Vamos acompanhar essa trajetória assombrosa de publicações neste e nos próximos posts em QMM.
Em Saudades do carnaval, subintitulado “introdução à crise da cultura”, Merquior dá vazão especial a um interesse que caracterizará sua perspectiva de compreensão cultural por toda a vida: é, com efeito, no percurso da história que o ensaísta procura compreender a relação entre cultura e sociedade da Renascença até ao período contra-cultural daqueles anos de 1960 e 70. Outro interesse presente no livro refere-se à noção de “crise da cultura”, que reaparece no debate encetado pelos ensaios coligidos no volume Formalismo & tradição moderna, mas que, no decorrer da década de 1980, já não se coloca, para Merquior, como um “problema”. Até agora, Saudades do carnaval só teve uma única edição, cuja capa se retrata na imagem acima à esquerda.


A primeira edição de Formalismo & tradição moderna apareceu em 1974, também pela editora Forense em parceria com a Universidade de São Paulo. A segunda edição consta como o até agora penúltimo volume da Biblioteca José Guilherme Merquior da editora É Realizações, publicado em 2015. Conta com a apresentação “Relendo José Guilherme Merquior: 40 anos de Formalismo & tradição moderna”, de José Luís Jobim, e de dois posfácios: “A modernidade alternativa de José Guilherme Merquior”, de João Cezar de Castro Rocha, e “A dialética da militância”, de Peron Rios. Como nos títulos anteriores da coleção, o livro contém reprodução de cartas escritas e recebidas pelo ensaísta carioca, e outros documentos.


Em 1975, publicou-se o menor dos livros do escritor e diplomata: O estruturalismo dos pobres e outras questões. Foi lançado como título da Coleção Diagrama pela editora Tempo Brasileiro, de propriedade do amigo Eduardo Portella, que já havia publicado Arte e sociedade em Marcuse, Adorno e Benjamin. Trata-se, essa, da única edição ainda hoje do voluminho de 87 páginas.

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