domingo, 19 de agosto de 2018

Edições dos livros de Merquior: Crítica e O liberalismo: antigo e moderno


A série das edições dos livros de Merquior se encerra neste post, com notícia referente a dois títulos. Em 1990, José Guilherme Merquior publica pela editora Nova Fronteira o volume Crítica (1964-1989), subintitulado “ensaios sobre arte e literatura”. Trata-se de uma antologia do que o autor então considerava sua mais importante contribuição na área na qual havia estreado em letra impressa, desde seus artigos veiculados pelo Jornal do Brasil. Foi o último livro seu que o precoce e sempre operoso ensaísta viu publicado. Em 2005, uma parte desses ensaios reaparece ainda mais uma vez, vertida para a língua espanhola, na série Vereda Brasil, com o título El comportamiento de las musas: ensayos sobre literatura brasileña y portuguesa (1964-1989). A editora, sediada em Buenos Aires, é a Corregidor. E a tradução, assina-a Gonzalo Aguilar.
Por fim, temos O liberalismo: antigo e moderno, originalmente escrito em inglês com o título Liberalism: old and new. O último livro de Merquior integra a série Twayne’s Studies in Intellectual and Cultural History da editora norte-americana Twayne. Concebida por encomenda, mais do que oportuna, dadas as publicações anteriores do autor ao longo da década de 80, Liberalism: old and new é lançado em 1991, ano da morte de Merquior. A Nova Fronteira logo providencia a tradução da obra (realizada por Henrique de Araújo Mesquita) e a publica em 1991 mesmo, em duas edições, com a importante apresentação de Roberto Campos, “Merquior, o liberista”. A terceira edição apareceu em 2014, pela editora É Realizações, que acrescentou à apresentação de Roberto Campos prólogo de Michael Roth, o apêndice “O renascimento da teoria política francesa”, do próprio Merquior, além dos cinco posfácios “A visão do mundo de José Guilherme Merquior: esta reedição”, de João Cezar de Castro Rocha, “O liberalismo militante de José Guilherme Merquior”, de Celso Lafer, “Merquior e o liberalismo”, de Hélio Jaguaribe, “José Guilherme Merquior”, de Joaquim Ponce Leal, e “Merquior: obra política, filosófica e literária”, de Sérgio Paulo Rouanet.

sábado, 4 de agosto de 2018

Edições dos livros de Merquior: Foucault, O marxismo ocidental, De Praga a Paris

A década de 1980 foi um período em que José Guilherme Merquior alvejou com insistência o estruturalismo, então em declínio, e o pós-estruturalismo, já disseminado para além das fronteiras francesas. Foucault, publicado em inglês pela britânica Fontana Press, em 1985, consiste na primeira grande investida do autor brasileiro nesse propósito, que se enquadra na sua plataforma liberal. No mesmo ano, a Nova Fronteira lança a versão em vernáculo do livro, intitulando-o Michel Foucault, ou o niilismo de cátedra. Donaldson M. Garschagen traduziu essa consistente e aguda crítica à obra do pensador parisiense.


Logo em 1986, outro volume em inglês amplia o acervo merquioriano: trata-se de Western Marxism, título editado pela também britânica Paladin. No ano seguinte (1987), outra vez a Nova Fronteira publica a tradução (por Raul de Sá Barbosa), O marxismo ocidental, cuja segunda edição não tarda a aparecer. A terceira, conforme já noticiamos na postagem anterior (26 de julho), será lançada pela É Realizações, como o oitavo volume da Biblioteca José Guilherme Merquior.


Surpreende que em 1986 o ensaísta fluminense tivesse encontrado fôlego para  outro título, ainda em inglês: From Prague to Paris, subintitulado “a critique of structuralist and post-structuralist thought”, pela editora britânica Verso. Como de costume, a tradução do livro vem a público, mas dessa vez alguns anos depois. De Praga a Paris sai pela Nova Fronteira, traduzido por Ana Maria de Castro Gibson, em 1991 – ano da morte de José Guilherme Merquior, quem, entretanto, teve ânimo para revisar a versão na língua pátria de um de seus últimos e mais importantes trabalhos.