A década de 1980 foi um período em que José
Guilherme Merquior alvejou com insistência o estruturalismo, então em declínio,
e o pós-estruturalismo, já disseminado para além das fronteiras francesas. Foucault, publicado em inglês pela
britânica Fontana Press, em 1985, consiste na primeira grande investida do autor
brasileiro nesse propósito, que se enquadra na sua plataforma liberal. No mesmo
ano, a Nova Fronteira lança a versão em vernáculo do livro, intitulando-o Michel Foucault, ou o niilismo de cátedra.
Donaldson M. Garschagen traduziu essa consistente e aguda crítica à obra do
pensador parisiense.
Logo em 1986, outro volume em inglês amplia o acervo
merquioriano: trata-se de Western Marxism,
título editado pela também britânica Paladin. No ano seguinte (1987), outra vez
a Nova Fronteira publica a tradução (por Raul de Sá Barbosa), O marxismo ocidental, cuja segunda
edição não tarda a aparecer. A terceira, conforme já noticiamos na postagem
anterior (26 de julho), será lançada pela É Realizações, como o oitavo volume
da Biblioteca José Guilherme Merquior.
Surpreende que em 1986 o ensaísta fluminense tivesse
encontrado fôlego para outro título,
ainda em inglês: From Prague to Paris,
subintitulado “a critique of structuralist and post-structuralist thought”,
pela editora britânica Verso. Como de costume, a tradução do livro vem a
público, mas dessa vez alguns anos depois. De
Praga a Paris sai pela Nova Fronteira, traduzido por Ana Maria de Castro
Gibson, em 1991 – ano da morte de José Guilherme Merquior, quem, entretanto,
teve ânimo para revisar a versão na língua pátria de um de seus últimos e mais
importantes trabalhos.
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