Guia-me a só razão.
Não me deram mais guia.
Alumia-me em vão?
Só ela me alumia.
Tivesse Quem criou
O mundo desejado
Que eu fosse outro que sou,
Ter-me-ia outro criado.
Deu-me olhos para ver.
Olho, vejo, acredito.
Como ousarei dizer:
“Cego, fora eu bendito”?
Como o olhar, a razão
Deus me deu, para ver
Para além da visão –
Olhar de conhecer.
Se ver é enganar-me,
Pensar um descaminho,
Não sei. Deus os quis dar-me
Por verdade e caminho.
(Ficções do interlúdio. São Paulo: Companhia da Letras, 1998. p.97)
Não me deram mais guia.
Alumia-me em vão?
Só ela me alumia.
Tivesse Quem criou
O mundo desejado
Que eu fosse outro que sou,
Ter-me-ia outro criado.
Deu-me olhos para ver.
Olho, vejo, acredito.
Como ousarei dizer:
“Cego, fora eu bendito”?
Como o olhar, a razão
Deus me deu, para ver
Para além da visão –
Olhar de conhecer.
Se ver é enganar-me,
Pensar um descaminho,
Não sei. Deus os quis dar-me
Por verdade e caminho.
(Ficções do interlúdio. São Paulo: Companhia da Letras, 1998. p.97)
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