Em algum livro (Qualquer
coisa serve? Podres de mimados? Em defesa do preconceito?), Theodore
Dalrymple – escritor que certamente José Guilherme Merquior iria gostar de ler – diz
preferir comprar livros usados em que se encontram vestígios das mãos pelos
quais passaram. Carimbos, grifos, anotações, dedicatórias...
Por coincidência, àquela altura do encontro
histórico de Donald Trump (presidente dos EUA) com Kim Jong-un (ditador da
Coreia do Norte), chegou-me um certo exemplar, há muitos anos aguardado, de Rousseau and Weber, um dos livros que
Merquior escreveu em inglês.
Há numa das primeiras folhas uma dedicatória
assinada, com muita intimidade, por “José Guilherme” e destinada a “Arnaldo”.
Arnaldo? Que Arnaldo?
Uma breve pesquisa no Google me informou que se trata,
decerto, de Arnaldo Carrilho, diplomata carioca (como o amigo José Guilherme), falecido
aos 76 anos em 2013. A coincidência é que Carrilho foi o primeiro embaixador
brasileiro na Coreia de Norte, cargo assumido em 2009.
Theodore Dalrymple tem razão.
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