quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Um poema de Fernando Pessoa (Sem título)

Guia-me a só razão.
Não me deram mais guia.
Alumia-me em vão?
Só ela me alumia.

Tivesse Quem criou
O mundo desejado
Que eu fosse outro que sou,
Ter-me-ia outro criado.

Deu-me olhos para ver.
Olho, vejo, acredito.
Como ousarei dizer:
“Cego, fora eu bendito”?

Como o olhar, a razão
Deus me deu, para ver
Para além da visão –
Olhar de conhecer.

Se ver é enganar-me,
Pensar um descaminho,
Não sei. Deus os quis dar-me
Por verdade e caminho.

(in Ficções do interlúdio. São Paulo: Companhia da Letras, 1998. p.97)

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Nossa intermitência

Esclareço a nossos eventuais e mais assíduos leitores que, por motivos de saúde do coordenador da pesquisa, Quanto mas, Merquior! esteve sem publicações desde agosto de 2016.

Essa interrupção das atividades neste espaço não significa abandono ou fim do Blog, que em breve divulgará novos textos com a periodicidade típica (quinzenal) - assim desejamos.