quarta-feira, 20 de junho de 2018

Edições dos livros de Merquior: O fantasma romântico e outros ensaios, Rousseau e Weber, As ideias e as formas


No último ano da década de 70, José Guilherme Merquior publicou dois livros. O fantasma romântico e outros ensaios foi lançado pela editora petropolitana Vozes e não teve ainda segunda edição. A imagem de sua capa é a que ilustra o início deste post. O outro título de 1980 é Rousseau and Weber, subintitulado “two studies in the theory of legitimacy”. Trata-se da tese que o diplomata brasileiro apresentou à London School of Economics and Political Science, para obter o grau de PhD em sociologia. A pesquisa ocorreu sob orientação do célebre teórico britânico da nação e do nacionalismo Ernest Gellner.
Rousseau and Weber foi editado pela Routledge & Kegan Paul (imagem da capa abaixo à esquerda). O livro apareceria no Brasil pela editora Guanabara dez anos depois (1990). Margarida Salomão assina a tradução desse trabalho eminentemente sociológico de Merquior (imagem da capa abaixo à direita).


No primeiro ano da década de 1980, período no qual José Guilherme Merquior veio a encampar uma batalha ostensiva em favor do ideário liberal, o autor publicou As ideias e as formas. A Nova Fronteira editou essa coletânea de ensaios de temas diversos, tendo o lançamento, a propósito, ensejado entrevista do diplomata e pensador concedida às páginas amarelas da revista Veja daquele ano. O livro teve duas edições pela mesma editora, que não modificou a capa (imagem abaixo), nem o conteúdo.



terça-feira, 5 de junho de 2018

Edições dos livros de Merquior: A estética de Lévi-Strauss, De Anchieta a Euclides, O véu e a máscara


1975 foi um ano particularmente importante para a história de publicações merquiorianas. No post anterior (de 20 de maio), já nos referimos ao pequeno livro O estruturalismo dos pobres e outras questões, ao qual se juntariam as traduções de L’esthétique de Lévi-Strauss e da tese de doutoramento em Letras defendida e publicada com o título de Verso universo em Drummond.
A estética de Lévi-Strauss resultou das pesquisas que José Guilherme Merquior desenvolveu, no final da década de 1960, como aluno do pai fundador do estruturalismo, o célebre antropólogo franco-belga Claude Lévi-Strauss (1908-2009), na École des Hautes Études de Paris. Apresentado originalmente em comunicação proferida em francês, a primeira edição do trabalho foi, contudo, sua tradução por Juvenal Hahne Jr., publicado pela Tempo Brasileiro em parceria com a Universidade de Brasília. O livro, cuja capa está à esquerda na imagem acima, consiste no número 40 da coleção Biblioteca Tempo Universitário.
Acima ao centro, trata-se da edição em francês publicada apenas em 1977 pela editora PUF, consistindo em volume da Coleção Croisées.
A segunda edição traduzida foi lançada pela É Realizações, como volume da Biblioteca José Guilherme Merquior. Sua capa é a da imagem acima à direita. Vem acrescida da apresentação, intitulada “A vocação crítica de José Guilherme Merquior”, de autoria de João Cezar de Castro Rocha, e dos posfácios “Escada para o céu: José Guilherme Merquior hoje”, de Christopher Domínguez Michael, e “A arte como forma de conhecimento: uma leitura de A estética de Lévi-Strauss”, de Eduardo Cesar Maia.


O ensaísta carioca não publicou nenhum livro em 1976. Mas no ano seguinte apareceu seu De Anchieta e Euclides, pela Livraria José Olympio na Coleção Documentos Brasileiros. Em 1979, pela mesma editora publica-se a segunda edição, cuja capa – idêntica à da princeps – figura na imagem acima à esquerda. A Topbooks lançou, em 1996, a terceira edição (capa na imagem acima ao centro), tendo reproduzido na orelha passagem da resenha dessa “breve história da literatura brasileira” escrita por Ferreira Gullar e publicada antes na revista Veja de 8 de março de 1978. Por fim, a É Realizações se incumbiu da quarta e mais recente edição desse que é o livro mais editado de José Guilherme Merquior. Lançado em 2014, o volume mais uma vez reproduz as palavras do poeta maranhense na orelha, e se enriquece com a apresentação “A visão integradora de José Guilherme Merquior: por uma história crítica da literatura brasileira”, de Fábio Andrade, com imagens de cartas e recortes de jornais concernentes à primeira publicação do livro, além dos posfácios “Aquecendo os músculos: a história literária de um jovem crítico”, de João Cezar de Castro Rocha, e “Merquior ou a rebeldia com razão”, de Adriano Lima Drummond.
Eduardo Portella relata que De Anchieta a Euclides resultou de uma proposta feita a ele mesmo e a Merquior para que cada um escrevesse um de dois volumes nos quais se dividiria a história da literatura brasileira, desde o século XVI até o modernismo. Portella não se entusiasmou com a ideia, sendo apenas publicado o livro do amigo.


1978 é outro ano sem livro de Merquior. Em 1979, o ensaísta, que se doutoraria pela London School of Economics and Political Sciences, sob orientação de Ernest Gellner, publicou alguns dos frutos dessa pesquisa: The veil and the mask: essays on culture and ideology. Mas o livro seria publicado no Brasil, traduzido por Lólio Lourenço de Oliveira, apenas em 1997 – portanto, cerca de seis anos após a morte do autor. A editora é a T. A. Queiroz de São Paulo.