quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Caminhos de um exemplar de Rousseau and Weber


Em algum livro (Qualquer coisa serve? Podres de mimados? Em defesa do preconceito?), Theodore Dalrymple – escritor que certamente José Guilherme Merquior iria gostar de ler – diz preferir comprar livros usados em que se encontram vestígios das mãos pelos quais passaram. Carimbos, grifos, anotações, dedicatórias...
Por coincidência, àquela altura do encontro histórico de Donald Trump (presidente dos EUA) com Kim Jong-un (ditador da Coreia do Norte), chegou-me um certo exemplar, há muitos anos aguardado, de Rousseau and Weber, um dos livros que Merquior escreveu em inglês.
Há numa das primeiras folhas uma dedicatória assinada, com muita intimidade, por “José Guilherme” e destinada a “Arnaldo”. Arnaldo? Que Arnaldo?
Uma breve pesquisa no Google me informou que se trata, decerto, de Arnaldo Carrilho, diplomata carioca (como o amigo José Guilherme), falecido aos 76 anos em 2013. A coincidência é que Carrilho foi o primeiro embaixador brasileiro na Coreia de Norte, cargo assumido em 2009.
Theodore Dalrymple tem razão.